Circulação
Classe gramatical: substantivo feminino
Separação silábica: cir•cu•la•ção
(latim circulatio, -onis, órbita, circuito)
Movimentação contínua de pessoas, coisas ou i
NO FIO DO AZEITE
Criação: Carlos Marques (2019)
ALGURES | 2019 (estreia a 21 de Fevereiro)
SINOPSE
Um músico está no palco a ensaiar. Toca o telefone e do outro lado é urgente ir buscar a filha Olívia à escola: há greve de professores. Começa a viagem para ir buscar a filha. O céu adquire uma cor vermelha de pôr do sol constante. E de repente tudo parou. Começa uma viagem que o faz regredir ao tempo em que se escondia num imenso olival.
Agora sim, as músicas são novamente urgentes!
CONTEXTO
O que tem a escola a ver com um lagar? Ou melhor: quais as semelhanças entre uma azeitona e uma criança?
Carlos Marques, músico e criador, encontra-se em palco para nos questionar sobre os processos de produção e os métodos de ensino. Os métodos de produção intensos, rápidos e eficazes estão virados para o consumo instantâneo. Afinal de contas, agora nascemos e somos formados para as necessidades dos mercados. Será que deveremos ser mais do que meros temperos de um mundo consumista e industrial? Teremos que ser obedientes?
Este é um espetáculo de teatro ou um concerto ou uma aula cantada e divertida sobre a educação.
Há estudos e notícias que afirmam que em Portugal 33% do olival já é intensivo ou superintensivo. A reconversão de oliveiras tradicionais e centenárias para modelos de produção intensiva é mais uma faceta da desmedida sede de lucro. Estas oliveiras têm uma duração média de vida de 10 anos apenas. A história repete-se, aconteceu o mesmo com as culturas cerealíferas no Alentejo. No olival intensivo, abusa-se de fertilizantes e herbicidas para controlar pragas e isso deteriora os solos e a qualidade das águas subterrâneas por longos anos. É criminoso!
Por outro lado, os modelos de educação vigentes parecem estagnados na arquitetura da revolução industrial. Esta expandiu um modelo de ensino – massificando a educação – assente numa mão-de-obra qualificada e com o objetivo de formar e capacitar os alunos para áreas específicas ou habilitá-los para um ofício, esquecendo que o ensino tem mais a ver com capacitação do aluno em estabelecer relações críticas entre conceitos e aprendizagens funcionais.
O que é que a invasão das pequenas oliveiras tem a ver com a escola? Tudo! Quando a massificação das culturas destrói a cultura e o território não é pensado em perspetiva longínqua, dá-se uma desertificação em duplo sentido. É na escola e na educação ambiental que acontece o motor do pensamento que apela à mudança. Se a Escola fizer o papel de fomentar o respeito pelo ‘outro’ e apelar à curiosidade, pensaremos, então, em conjunto uma alternativa.
A estas reflexões que enlaçam os modelos de produção de azeite e as metodologias de ensino, com a narrativa condutora do espetáculo, junta-se ainda o terceiro eixo deste trabalho: o texto inédito de Jorge Palinhos, cuja mãe se chama Olívia, homónima da bebé de Carlos Marques, o que confere uma relação biográfica a este espetáculo.
M12 | Duração 90 minutos


FICHA ARTÍSTICA
Criação, composição e interpretação: Carlos Marques
Apoio à criação: Susana Cecílio
Texto: Jorge Palinhos
Vídeo de cena: Rodolfo Pimenta
Desenho de luz: Pedro Bilou
Dispositivo cénico: Carlos Marques e Susana Cecílio
Voz off: Ana Marques
Operação técnica: Manuel Abrantes
Carpintaria: José Manecas
Design Gráfico: Susana Malhão
Produção: Alexandra Jesus e Daniel dos Reis Nunes
aalgures@gmail.com
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